domingo, 8 de fevereiro de 2009

PRINCIPIOS BÁSICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA

A Doutrina Espírita está estabelecida sobre os princípios básicos:

· CRENÇA EM DEUS;
Princípio maior da Doutrina Espírita
Inteligência Suprema. Causa primária de todas as coisas

Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito.
O homem, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.
Atributos são qualidades que caracterizam o ser e, estão, evidentemente, em relação com a sua íntima natureza.

Atributos de Deus

Suprema e soberana inteligência - Abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até o infinito.
Eterno - Não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido principio, houvera saído do nada. Ora,
não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus.
Imutável – Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o
Universo.
Imaterial – Sua natureza difere de tudo o que chamamos de matéria.
imutável - De outro modo, não seria Deus, pois estaria sujeito às transformações da matéria.
Onipotente – Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante.
Soberanamente justo e bom – A providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais
pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade.
Infinitamente perfeito – É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse.
Único – A unicidade de Deus é conseqüência do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não
podería existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e, então, não seria Deus.

· IMORTALIDADE DA ALMA;
Desde a idade remota os homens tinham idéias ou intuições sobre a imortalidade da alma. Povos indígenas tinham o costume de colocarem armas e utensílios no túmulo, numa possível referência a continuação da vida. Embora a imortalidade da alma tenha sido ensinada através dos tempos por todas as doutrinas espiritualistas, coube ao Espiritismo, não só confirmar esta evidência como através de fatos, comprovar sua realidade. Assim é que o Espiritismo vem oferecendo desde sua codificação ensejo a todos que desejem certificar-se da imortalidade. O desdobramento da personalidade humana, comprovado através de testemunhos indiscutíveis. Aparições expontâneas, os desdobramentos conscientes, materializações, fenômenos de incorporação, voz direta, psicografia, psicometria, sonhos e intuições são provas de que a vida futura não é mais um simples artigo de fé, uma hipótese.
A imortalidade da alma é uma das mais importantes revelações para a humanidade, pois através dela, nos asseguramos da realidade do futuro e da certeza de que um dia, através de nossos esforços, atingiremos a perfeição a que todos nós estamos destinados.
Por isto o Cristo iluminado nos disse: “Vós sois deuses” (Jo 10:34) e “nenhuma de minhas ovelhas se perderá” (Jo 18:9)
Quanto a imortalidade de nossa alma, o Cristo foi mais claro ainda quando disse: “Eu sou a ressurreição e a vida e todo aquele que crê em mim mesmo que morrer viverá, e todo aquele que crê em mim não perecerá”(Jo 11:25)
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aqueles que podem fazer perecer no inferno a alma e o corpo”(Mt 10:28).
Portanto, para o verdadeiro cristão, a morte nada tem de apavorante e não é mais a porta do nada, mas a porta da libertação que abre ao homem reformado à entrada de uma nova morada de felicidade e paz.
Se quisermos desfrutar de equilíbrio e paz no plano extra físico em nossas existências futuras, é indispensável alicerçar nossos atos e ações no amor cósmico e universal ensinado pelo Homem de Nazaré. A edificação do amor em nossos corações é o único roteiro capaz de nos conduzir à perfeição espiritual a que nos destinamos. Não é bastante apenas crer na imortalidade da alma, inadiável é a luta que temos que travar dentro de nós mesmos procurando vencer nossos erros, vícios e defeitos.
A idéia clara e precisa que temos da imortalidade nos dá a fé inabalável para o futuro.
A nossa vida corporal passa a ser apenas uma passagem, uma curta estação neste planeta de provas e expiações! As dores e vicissitudes são passageiras, porque o determinismo de nossa evolução nos dirigirá a um estado de mais felicidade e ventura.
Reformemos o quanto antes nossas vidas, afogando definitivamente o homem velho cheio de erros e defeitos, para que possa ressurgir um homem novo e feliz, harmonizado com o Cristo e com seu evangelho.
“Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida por minha causa achá-la-á. Pois, o que aproveita ao homem ganhar o mundo, se perder sua alma?” (Mt 16:25-26)
· PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS;
“Há várias moradas na Casa de meu Pai” – João 14, 2.
O nosso conceito de que Deus fez a terra e tudo que nela há, o sol, a lua e as estrelas para nós é falso e é isto que vem nos deixando com idéias arraigadas não nos permitindo enxergar mais além. Esta visão é bastante egoísta e presunçosa, não há como admitir, nos dias de hoje, que Deus tenha criado tudo para o gozo, contemplação e delícia do ser humano, que na verdade não passa de mais um dos seres da criação divina, cuja diferença para com os animais é ter o raciocínio contínuo. Entretanto mostra, em algumas situações, mais irracional que os próprios animais. Para podermos nos situar, vejamos a grandeza do cosmo. Ao depararmos com sua magnitude chegaremos à conclusão de nossa extrema insignificância perante o Universo.
O cosmo conhecido tem por diâmetro 40.000.000.000 anos-luz. E para quem quiser mensurar o que representa este número, basta multiplicá-lo por 9.467.280.000.000 km, número este que equivale a um ano-luz. Ora, dentro desta extraordinária grandeza não há como pensar que somente a terra, talvez nem um minúsculo grão de areia neste contexto, tenha vida humana. A ciência avança gradativamente e algumas nações gastam fortunas para tentar captar sons de outras galáxias, instrumentos cada vez mais potentes e sensíveis são direcionados para o céu em busca do contato com inteligências extraterrestres. Pode até parecer ficção científica, mas é a nossa pura realidade nos dias de hoje.
Perguntaríamos: Dada a grandeza do cosmo com seus bilhões e bilhões de planetas porque pensar que apenas a terra teria vida? Não poderia Deus ter criado tantos planetas sem que tivessem alguma outra utilidade a não ser iluminar nossas noites escuras? Tem que haver forçosamente, dentro de um senso lógico, vidas em outros planetas. Para se ter uma idéia somente a Via Láctea possui cerca de 200.000 planetas semelhantes a terra. Se há vida na terra porque não poderia haver nestes outros planetas semelhantes ao nosso? Não podemos fugir desta grande possibilidade de que possa haver vidas em outros planetas.
Suponhamos que um homem é colocado num foguete e lançado à Marte, desce lá e se não vê vida humana não quer dizer necessariamente que não há vida em Marte, o que podemos afirmar é que em Marte não há vida igual ou semelhante à da terra. Poderia ocorrer, talvez, que a vida em Marte não seria captada pelos nossos sentidos, como por exemplo, numa gota d’água não enxergamos, a olho nu, os micróbios que nela vivem, mas se colocarmos esta gota diante de um microscópio veremos uma infinidade de seres vivendo nesta gota, ou seja, se tivermos um instrumento apropriado poderíamos deslumbrar com a vida naquele planeta.
E aí as palavras de Jesus, em João 14, 2, “há muitas moradas na casa de meu Pai”, parecem fazer sentido. Não estaria ele falando dos vários planetas habitados?
Preocupado com esta questão Allan Kardec questiona aos espíritos superiores, conforme consta do Livro dos Espíritos, o seguinte:
Pergunta 55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
Resposta – Sim, e o homem da terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se crêem muitos fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.
Pergunta 56 – A constituição física dos mundos é a mesma?
Resposta – Não, eles não se assemelham de modo algum.
Pergunta 67 – A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, seguir-se-ão tenham organização diferentes os seres que os habitam?
Resposta – Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.


· REENCARNAÇÃO;
Allan Kardec foi bastante racional nas considerações que teceu sobre a pluralidade das existências. A certa altura ele diz:
"Se não há reencarnação, não há mais do que uma existência corporal, isso é evidente. Se nossa existência corporal é a única, a alma de cada criatura foi criada por ocasião do nascimento, a menos que admitamos a anterioridade da alma. Mas nesse caso perguntaríamos o que era a alma ANTES do nascimento, e se o seu estado não constituiria uma existência sob qualquer forma. Não há, pois, meio-termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo.
Se ela existia, qual era a sua situação ? Tinha ou não tinha consciência de si mesma ? Se não a tinha era mais ou menos como se não existisse; se tinha, sua individualidade era progressiva ou estacionaria ? Num e noutro caso, qual a sua situação ao tomar o corpo? Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, ou o que dá no mesmo, que antes da reencarnação só tinha faculdades negativas, formulemos as seguintes questões:
Por que a alma revela aptidões tão diversas e independentemente das idéias adquiridas pela educação ?
De onde vem a aptidão extranormal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida ?
De onde vêm, para uns as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros ?
De onde vêm, para certas crianças, os impulsos precoces de vícios ou virtudes, esses sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, que contrastam com o meio em que nasceram ?
Por que alguns homens, independentemente da educação, são mais adiantados que outros ?
Por que há selvagens e homens civilizados ? Se tomarmos uma criança hotentote, de peito, e a educarmos, enviando-a depois aos mais renomados liceus, faremos dela um Laplace ou um Newton ?
Por que umas nascem na mais extrema miséria e outras na opulência. Umas têm berço de ouro e outras não têm um mísero bercinho para acomodar seu corpinho ?
Por que algumas pessoas nascem portando doenças incuráveis (sem ser caso de hereditariedade) e sofrem a vida toda, e outras nascem cheias de sa£de e de vigor ? Por que morrem crianças em tenra idade e outras vivem muitos anos ?
Por que algumas pessoas nascem sem alguns de seus membros, na cegueira, portando numerosas deficiências físicas ?
Por que uns nascem no seio de povos primitivos e em países inóspitos, e outros nascem no seio dos povos mais civilizados ?
Por que nascem crianças precoces, no campo da música, da matemática e de outros conhecimentos, e outras, apesar de estudarem e se esforçarem a vida toda, não conseguem alcançar um nível razoável de conhecimento ?
Por que criaturas más desfrutam de grande prosperidade na vida, e outras, bondosas e moralizadas, vivem uma vida cheia de tropeços e de amargores ?
Qual a Filosofia ou a Religião que pode equacionar esses problemas sem valer-se da lei das vidas sucessivas ou da Reencarnação ?
O Espiritismo tem explicação para todos esses problemas, demonstrando que essas discrepâncias ocorrem devido, a maior parte das vezes, aos desvios que a criatura comete, e que exige reajuste perante a justiça do Criador.
Deve-se, pois, reconhecer que a doutrina da pluralidade das existências é a única a explicar aquilo que, sem ela, é inexplicável; que é altamente consoladora em conformidade com a justiça mais rigorosa, sendo para o homem a tábua de salvação que Deus lhe concedeu na sua misericórdia infinita.
Desacreditá-la é, no mínimo, afirmar que Deus é injusto.


· COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS.
“A comunicabilidade dos espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiquíssimo, com a única diferença que no passado era apanágio dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado a todas as camadas sociais”.
“A possibilidade dos Espíritos se comunicarem é uma questão muita bem estabelecida, resultante de observações e experiências rigorosamente realizadas por eminentes pesquisadores. Os espíritas não têm duvidas a esse respeito; porém, determinados companheiros que abraçam correntes religiosas diferentes da Doutrina Espírita, procuram criticá-la, chamando a atenção, entre outras coisas, sobre a proibição mosaica de evocar os mortos”.
Na lei mosaica esta escrito: “... não vos virareis para adivinhações e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles; Eu sou o Senhor vosso Deus”.
“... Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão: com pedras serão apedrejados; o seu sangue é sobre eles”.
“... Não achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro. Nem encantador de encantamentos, nem quem consultem um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o senhor teu Deus as lança fora de diante dele”.
“A lei de Moisés deve ser tão rigorosamente observada neste ponto, força é que o seja igualmente em todos os outros. Por que seria ela boa no tocante às evocações e não mais em outras de suas partes? Desde que se reconhece que a lei mosaica não está mais de acordo com a nossa época e costume, em dados casos, a mesma razão procede para a proibição de que tratamos.
Demais, é preciso explicar os motivos que justificavam essa proibição e que hoje se anularam completamente. O legislador hebreu queria que o seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos...”.
“A proibição de Moisés foi mais para conter um comércio grosseiro e prejudicial com os desencarnados. Os israelitas necessitavam de uma ação mais disciplinadora porque, além do mais... a evocação dos mortos não se originava nos sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações, tal como nos augúrios e presságios explorados pelo charlatanismo e pela superstição.
Naquela época, aliada à prática pura e simples de evocar os mortos, havia um verdadeiro comércio com os adivinhadores... associadas às práticas da magia e do sortilégio, acompanhadas até de sacrifícios humanos...”. “A proibição, tinha, pois, razão de ser. Nos dias atuais o ser humano adquiriu novas conquistas, o progresso se fez pelo predomínio da razão e a prática de intercâmbio espiritual ou mediúnica, defendida pelo Espiritismo tem outras finalidades: moralizadora, consoladora e religiosa”.
“A verdade é que o Espiritismo condena tudo que motivou a interdição de Moisés... Os Espíritas não fazem sacrifícios humanos, de animais ou plantas, não interrogam os astros, adivinhos e magos para informarem-se de alguma coisa, não usam medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais ou cabalísticas para atrair ou afastar Espíritos”.
O Espírita sincero sabe que “... o futuro é vedado ao homem por princípio, e só em casos raríssimos e excepcionais é que Deus faculta a sua revelação. Se o homem conhecesse o futuro, por certo negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade...
“A evocação dos espíritos exercidas na prática espírita tem o fito de receber conselhos dos espíritos superiores, de moralizar aqueles voltados para o mal e continuar com as relações de amizades e amor entre entes queridos que partilharam, ou não a vivência reencarnatória.”
“Pelas orientações instrutivas e altamente moralizadoras fornecidas pelos benfeitores espirituais, pelo valioso aprendizado oferecido pelos desencarnados sofredores, conclui-se que a prática mediúnica, é um fator de progresso humano, pelos benefícios que acarreta”.
“... Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso.
Não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium libera-o da influência dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, então, impossibilitados de maior predomínio par faltarem os vínculos para a necessária sintonia”.
“Repelir as comunicações do além-túmulo é repudiar o meio mais poderoso de instruir-se, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que tais comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, o bem que podemos fazer, desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os que sofrem a desprenderem-se da matéria e a se aperfeiçoarem. Interditar as comunicações é, portanto, privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar...”

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